Uma pesquisa recente do Wall Street Journal (abril de 2025) mostra que os economistas, mais uma vez, estão prevendo um crescimento econômico mais lento e um risco elevado de recessão. Curiosamente, eles fizeram previsões semelhantes no ano passado — e erraram.
Isso lembra algo que Peter Drucker dizia com frequência: ele não confiava em economistas. Mas por quê?
Aqui estão alguns motivos atemporais apontados por Drucker:
Teóricos demais
Economistas costumam criar modelos elegantes que funcionam no papel — mas não no mundo real. Drucker acreditava que eles subestimavam o quão imprevisíveis são os negócios e o comportamento humano.
Falta de responsabilidade direta
Economistas podem errar suas previsões sem sofrer grandes consequências. Já os líderes empresariais lidam com os resultados de suas decisões — certas ou erradas — de forma imediata.
Pouco entendimento do mundo dos negócios
Para Drucker, muitos economistas não compreendiam como as empresas realmente funcionam. Ele chegou a dizer: “Economistas nada sabem sobre a economia. Sabem apenas sobre teoria econômica.”
Olhar para o retrovisor, não para a estrada
Economistas costumam ser bons em explicar o passado — mas nem tanto em antecipar o futuro. O problema é que, para quem precisa tomar decisões agora, as explicações tardias servem de pouco.
Suposição de racionalidade
Muito antes da economia comportamental se popularizar, Drucker já percebia que pessoas — e mercados — nem sempre agem de forma racional. Modelos que ignoram isso tendem a falhar.
Como Drucker resumiu brilhantemente: “A única coisa que sabemos sobre o futuro é que ele será diferente.”
Essa humildade é o que tornava suas ideias tão poderosas — e talvez o motivo pelo qual seu ceticismo quanto às previsões econômicas ainda faça tanto sentido.
O que vocês acham, a economia evoluiu?
Marcilio R. Machado
Diretor da Famex